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terça-feira, 30 de julho de 2013


Pode ser que exista mesmo um momento onde o nosso inconsciente é avisado de que achamos a pessoa certa muito antes de assumirmos isso. Nós ainda não sabemos, o coração e a razão oscilam entre o sim e o não, o medo e a certeza. Tiramos uma foto e olhamos bem: lado a lado a pintura de um se fez completa com o outro. Um escolhe o lado esquerdo, enquanto o outro vai logo no direito. Ou os dois vão no mesmo e pensam nas coincidências, nos gostos em comum, em ceder o lado. E é quando começamos a ceder nas escolhas e nos gostos que o coração vai cedendo também e ficando manso. É que no fundo nós já sabemos o rumo dessa história, mas não tem graça viver com um roteiro tão adiantado. O suspense alimenta o amor e a espera ensina a não se afogar, ainda que todo apaixonado seja um eterno náufrago. Mas há um dia, sim, um dado momento onde tudo fica claro. A gente agarra o amor com unhas e dentes no desespero de nunca mais soltar. É tudo corriqueiro, na banalidade do cotidiano. Você marca às 14h. Cinco minutos de atraso, mas já sabia, já decorou algumas manias. E logo reconhece o outro com mais de uma quadra de distância só pelo caminhar. E, meu Deus, quem presta tanta atenção assim num caminhar? Ah, os apaixonados, eles! Ali você reconhece, no instante mais rápido da sua vida, que chegou quem faltava e nem se sabia que faltava. Ali, razão e coração se unem. Achou: você achou a pessoa certa. Pensa que é um milagre, mas é coisa antiga. O instante passa, a certeza chega e, calma, é só o amor dando caras, já pode voltar a respirar como antes. Se bem que, pensando duas vezes: quem é que respira como antes depois de se apaixonar?
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(E tantas palavras só para te dizer que eu poderia perder todo ar dos meus pulmões só por te ver chegar. Você é a fotografia que combinou, o lado que se acertou, o atraso de cinco minutos que eu decorei, o caminhar que me paralisou. Você é tudo o que o meu inconsciente soube muito antes de mim.)
(Camila Costa)

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